Para os contrários à justiça social e tributária, a única receita é a fórmula neoliberal
O Brasil está diante de uma encruzilhada histórica. Estão na pauta do país propostas como isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, tributação de super-ricos – inclusive com taxação sobre dividendos – e fim de deboches, como os supersalários no setor público e práticas abusivas contra a classe trabalhadora, tal qual a jornada 6×1.
A hashtag #AGORAEAVEZDOPOVO, que viralizou nas redes, mostra que a população se deu conta: ou acabam esses privilégios obscenos do sistema tributário, ou o Brasil continuará o mesmo — um país riquíssimo, mas profundamente desigual.
Lula foi eleito para mudar isso e está fazendo o que prometeu: botar o pobre no Orçamento e o rico no Imposto de Renda. Mas, então, se esse combate à desigualdade é tão evidentemente necessário, se o povo precisa e o governo quer fazer, porque é tão difícil que isso aconteça? A resposta é: porque tem gente contra.
Quem?
Pesquisa recente da Quaest sobre como pensa o Congresso Nacional revelou que 53% dos parlamentares é contra, por exemplo, regulamentar os supersalários no setor público, daqueles privilegiados que, com diferentes artifícios, ganham mais que o teto constitucional de R$ 46 mil mensais. A mesma pesquisa mostra que 70% não querem o fim da escala 6×1.
Meses atrás, quando o governo Lula propôs taxar lucros das offshores e fundos exclusivos (que só super-rico tem), partidos de oposição, mais notadamente o PL e Novo, juntos com grupos alinhados ao bolsonarismo, reagiram dizendo que a medida “espantaria investimentos estrangeiros” e que isso seria a “demonização da riqueza. Hipocrisia! Nada disso aconteceu.
São as mesmas figuras que discursam “a favor” da isenção do Imposto de Renda para até R$ 5 mil, mas, por baixo dos panos, criam dificuldades. São tantas que a medida não foi ainda à votação.
São os mesmos que espalham a mentira da “gastança de Lula”, repetem a ladainha da necessidade do ajuste fiscal, mas que, na prática, se negam a reduzir os absurdos R$ 50 bilhões de emendas parlamentares e se opõem a qualquer medida que corrija outro absurdo, os R$ 800 bilhões de isenções fiscais do Orçamento, as quais beneficiam setores privilegiados da economia brasileira.
Para os contrários à justiça social e tributária, a única receita é a fórmula neoliberal: acabar com a exigência de investimentos mínimos na saúde e na educação, congelar o salário mínimo e desvinculá-lo das aposentadorias e benefícios da Previdência Social. Acreditem: querem que alguns benefícios da Previdência sejam menores até do que o salário mínimo.
Para esses elitistas, Lula deve equilibrar as contas sem tirar um centavo do bolso dos ricaços, mas cortando recursos do SUS, das universidades, dos institutos e das escolas públicas.
Essa é a encruzilhada: optar pela direita no Congresso, cuja agenda poupa os ricaços e amplia as desigualdades, ou pelo modo Lula de governar, que não aceita sacrificar o povo e implementa um projeto para transformar o Brasil num país mais justo e igualitário, tirando-o da primeira posição no ranking mundial de concentração de renda e riqueza.
O meu lado está escolhido: para mim, agora é a vez é do povo.
Publicado originalmente em ICL Notícias
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