Publicado originalmente na Revista Fórum

O Partido dos Trabalhadores (PT) representou contra o economista do Santander, Victor Candido, que divulgou um relatório, que defende um golpe de Estado para evitar que Lula volte à presidência em 2022.

O texto assinado pelos deputados federais Elvino Bohn Gass (PT-RS), Alencar Santana (PT-SP) e Reginaldo Lopes (PT-MG) diz que o economista, “munido da sanha antidemocrática que se abate sobre uma parcela de néscios que aflorou no País nos últimos anos, na condição de economista do Banco Santander, enviou um relatório a clientes e operadores da referida Instituição bancária, onde defende, sem maiores preocupações, talvez substanciado nos exemplos diários que partem inclusive do Chefe da Nação, um golpe de Estado no País, para evitar o retorno, pelas vias democráticas, que se avizinha, do Presidente Lula”.

A representação destaca, ainda, que “a conduta tipifica, em tese, os delitos em destaque, o que agrava sua ação e sugere a adoção de providências legais céleres”.

E menciona os “artigos 286 e 287 do Código Penal: Art. 286 – Incitação ao crime – Incitar, publicamente, a prática de crime: Pena – detenção, de três a seis meses, ou multa. Apologia de crime ou criminoso – Art. 287 – Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime: Pena – detenção, de três a seis meses, ou multa.

Com isso, o PT pede “abertura de procedimento investigatório criminal com vistas a apurar as condutas perpetradas pelo Representado e, ao final, se for o caso, a propositura da ação penal cabível”.

O que diz o relatório

O texto divulgado pelo economista faz as seguintes referências ao ex-presidente Lula:

“Dito isso, é preciso reconhecer um problema na eleição de 2022: a perspectiva de retorno ao poder da máquina de corrupção do governo Lula”, diz um trecho.

Em outro, afirma: “Se o sistema político e judicial, se o establishment político brasileiro acha cômico o governo Bolsonaro, o retorno de Lula e seus aliados representa uma ameaça bem mais séria. Hoje, Lira é o presidente da Câmara, mas sob um governo do PT, seria um modesto aliado abrigado em um cargo menor”.

“Em suma, ninguém apoiará um golpe em favor de Bolsonaro, mas é possível especular sobre um golpe para evitar o retorno de Lula. Ele era inelegível até outro dia, por exemplo, pode voltar a sê-lo”, prossegue.

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