Durante a sessão do plenário, nesta quarta-feira (31), o líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Bohn Gass (RS), discursou sobre a importância da democracia, especialmente neste período que o País vive, atormentado diuturnamente por um governo de extrema direita, que se alinha o tempo todo com o autoritarismo e o desrespeito ao Estado Democrático de Direito. Bohn Gass aproveitou para reafirmar da tribuna da Câmara, que “ditadura nunca mais!”. O líder ainda defendeu o impeachment do presidente da República. “O povo não aguenta mais Bolsonaro”.
“Neste dia 31 de março é preciso falar de democracia para que se aprenda, definitivamente, a grande lição da história: Ditadura nunca mais”, afirmou o parlamentar. Bohn Gass completou ainda que a “ditadura, que se exerce exatamente contra o princípio fundamental do alto governo dos cidadãos, traz ao seu centro a corrupção do interesse público, a interdição das forças criativas de um desenvolvimento justo e sustentável, a devastação dos direitos humanos e o império do arbítrio, da violência, da coerção, da censura e da tortura. Se a liberdade é mesmo um princípio da condição humana, e se a democracia é a forma civilizada de construir a vida social, a ditadura desumaniza, estranha e inferniza a convivência da cidadania”.
Ele também destacou que os tempos mais “venturosos, de maiores esperanças da história” foram aqueles em que os brasileiros puderam observar e exercer livremente os seus direitos democráticos. “República democrática convoca as forças vivas e criativas do povo, extrai dos seus conflitos democraticamente regulados as melhores leis e os melhores projetos, incorpora e universaliza direitos fundamentais, faz compartilhar os frutos do trabalho, da renda, das riquezas, reconhece o pluralismo de todas as vozes dos homens, das mulheres, dos negros e dos povos indígenas”.
Bohn Gass relembrou que durante os governos petistas o Brasil foi plural. “Neste tempo, conquistamos o acesso dos povos às universidades, o pleno emprego, o respeito internacional. O País saiu do mapa da fome. E a democracia formou o chão e o céu de uma Nação”.
Ciclo democrático interrompido
Para Bohn Gass o ciclo democrático no Brasil foi interrompido com o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, eleita democraticamente, e com a farsa da operação Lava Jato que impediu que o ex-presidente Lula pudesse ser candidato, além de trazer inúmeros retrocessos ao País e ao povo. “Vivemos anos de destruição e catástrofes em todos os planos da vida social, econômica e cultural. Houve destruição econômica sem paralelo na história brasileira, com a regressão de direitos inteiros e a destruição de ramos punitivos, e o pior: com uma destruição selvagem do mundo do trabalho, do emprego e de seus direitos”, enumerou.
O parlamentar destacou sobre as perdas que o Brasil vem passando principalmente com a eleição de Jair Bolsonaro. “Houve um retorno brutal da fome. Da negligência, em todas as esquinas. Aprofundamento da desigualdade social e máxima rentabilidade dos especuladores, rentistas e corporações do poder.
Perseguição à ciência e às universidades. Culto aberto da intolerância e dos preconceitos que alimentam o ódio e conclamam a violência e as maiores devastações ecológicas da história do País, que só podem crescer tanto com o incentivo dos governos e a quebra dos padrões de regulação ambiental”.
O líder do PT denunciou ainda que desde o fim da escravidão, nem mesmo na época da ditadura militar, a imagem do Brasil foi submetida a tão escandalosa degradação. “Por isso, é incontornável retornar plenamente à vida democrática, restabelecendo um sentido republicano às instituições, regulando conflitos pela linha democrática, não pela violência”, disse.
Fora Bolsonaro
O deputado gaúcho criticou o presidente Jair Bolsonaro na condução da pandemia da Covid-19 que já matou mais de 318 mil brasileiros. “Aquele que hoje ocupa de forma infame e viola sem parar os mínimos procedimentos democráticos, gestou, com o seu reiterado negacionismo científico, a maior e a mais devastadora crise sanitária da história do Brasil. Construiu metodicamente esse cenário que arrisca ser uma das maiores catástrofes da humanidade neste século XXI, contra todas as evidências da ciência, propagou um verdadeiro manual contra as regras mínimas de prevenção à pandemia, interrompeu a garantia de um auxílio emergencial para viabilizar o isolamento social, militarizou o Ministério da Saúde, submetendo um general do Exército brasileiro ao seu mais vexaminoso e degradado papel por digerir a escalada fatal do montesino, quebrou todas as pontes federativas e de diálogos internacionais necessárias para obter acesso à vacinação”, criticou.
Ao pedir ‘Fora, Bolsonaro’, Bohn Gass afirmou que o povo não aguenta mais Bolsonaro no comando o País. “Com Bolsonaro, a sociedade brasileira não consegue mais respirar. A sociedade brasileira não quer a morte, quer vacina já, quer auxílio emergencial já, quer medidas de isolamento social que interrompam a estatística mortal. Por isso, é preciso, mais do que nunca, que a democracia faça valer os seus direitos. Emana do povo o direito de dizer o que quer, e quer viver, o de dizer basta a quem tenta interditá-lo, a quem tenta matá-lo”.
Pedido de Impeachment
E mais um novo pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro foi apresentado hoje (31) pelo líder da Minoria no Congresso Nacional, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), pelos senadores Jean Paul Prates (PT-RN) e Randolfe Rodrigues (REDE-AP) e os deputados Alessandro Molon (PSB-RJ), Marcelo Freixo (PSOL-RJ), líderes da Oposição e da Minoria, respectivamente. Com isso, já são 65 pedidos de afastamento de Bolsonaro.
Bolsonaro ainda tentou usar as Forças Armadas para promover seu projeto autoritário de poder, corrompendo sua função constitucional, o que configura crime de responsabilidade. “As Forças Armadas devem defender a Nação, defender o povo, o País, a sua soberania, e não proteger politicamente um governo incompetente e genocida. É por isso que os partidos de Oposição e a Minoria no Congresso, na Câmara e no Senado estão protocolando hoje o 65º pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro”, finalizou Bohn Gass.
Por Lorena Vale | PT na Câmara
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