O Movimento Nacional das Favelas e Periferias juntamente com o Partido dos Trabalhadores e os partidos de Oposição protocolaram, nesta terça-feira (6), mais um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Participaram do ato na Câmara dos Deputados o líder do Movimento Nacional de Favelas e Periferias, André Constantine; a presidenta Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR); o líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Bohn Gass (RS); o líder da Minoria na Câmara, deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ) e a líder do Psol, deputada Talíria Petrone (RJ).
Conforme a Secretaria-geral da Mesa, a Câmara dos Deputados já acumula 108 pedidos de impeachment contra Bolsonaro – com o protocolado hoje. No novo pedido, elaborado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), são apontadas ações e omissões criminosas do atual presidente no enfrentamento à pandemia e “contra a solução dos graves problemas sociais advindos com o novo coronavírus”, diz o documento.
Para a deputada Gleisi Hoffmann, o alto número de pedidos de impeachment contra Bolsonaro mostra a gravidade da situação que o País vem passando com o atual governo. “É isso que nós temos que fazer: pressionar. Não dá pra gente ir pra rua, não dá pra gente fazer grandes manifestações, mas a gente sabe que a sociedade está se mobilizando e está se movimentando”.
A parlamentar também destacou que é a população das favelas e das preferias que mais está sofrendo com as “irresponsabilidades e a gestão criminosa de Bolsonaro”. “Sofre pelo vírus, pela doença, muitas vezes pela falta de atendimento pela saúde, sofre pela baixa renda. Hoje começa esse auxílio rebaixado que se quer dar para comprar um terço da cesta básica. As pessoas estão sofrendo com isso. É uma situação muito difícil para o Brasil”.
A presidenta do PT ainda reforçou a importância da união em torno do movimento para tirar Bolsonaro da Presidência. “Enquanto Bolsonaro estiver sentado naquela cadeira, nós não vamos resolver a situação. Ele é a reencarnação da crise brasileira”, criticou.
Movimento
André Constantino, líder do Movimento Nacional de Favelas e Periferias, reforçou a importância da articulação que representa os moradores das Favelas e Periferias do País, pelo fato de estarem protocolando um novo pedido de impeachment. “Entendemos e compreendemos que para o Brasil superar a pandemia é preciso superar antes o vírus que nutre e alimenta a pandemia, e esse vírus tem nome, se chama Jair Messias Bolsonaro. Nós iremos derrubar ele, seja pela via institucional ou pelas ruas, mas Bolsonaro tem que cair. Nós não podemos permitir que ele chegue de pé em 2022, o povo brasileiro não suporta mais”.
“Já são mais de 70 pedidos de impeachment protocolados, mas ainda assim é singular. É um pedido de impeachment que vem das favelas e periferias do Brasil. São pessoas que estão sofrendo mais ainda pela atuação criminosa de Bolsonaro diante da pandemia. É fundamental que a periferia tenha cada vez mais voz contra os desmandos que sofrem diante deste desgoverno”, afirmou a deputada Maria do Rosário (PT-RS), que endossa o pedido como uma das testemunhas.
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) também assina o documento como testemunha.
Esperança
O deputado Bohn Gass espera que o ato de hoje sirva de mobilização e ao mesmo tempo de esperança para o povo brasileiro. Ele também criticou a gestão do governo Bolsonaro. “Sem vacina, sem renda, sem emprego, sem moradia, sem acesso à universidade e às escolas. Nós estamos num momento em que há um abandono completo de política pública”, lamentou.
O parlamentar recordou os legados positivos dos governos petistas e vê esperança no futuro. “Nesse momento nos lembramos com saudade, mas também com esperança do nosso grande líder [Lula], do governo Lula, do governo da Dilma, que estavam do nosso lado, para ajudar quem mais precisava. Nós sabemos como foi nesses tempos, com a participação popular, com políticas públicas e a diferença que nós temos hoje, depois do golpe. Isso precisa ser reparado na história brasileira. E o reparo na história é dizer fora, Bolsonaro e ter liberdade. Depois que for julgado o processo em que Moro atuou totalmente de forma parcial para impedir que Lula fosse candidato, que esse reparo histórico de justiça possa ser feito e o povo possa voltar a ter esperança”, finalizou Bohn Gass.
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