O líder do PT na Câmara, Elvino Bohn Gass (RS), celebrou hoje (23) a decisão histórica do Supremo Tribunal Federal de declarar que o ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro foi parcial e suspeito na condução dos processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Acabou hoje a maior farsa judicial do Brasil e uma das maiores do mundo”, disse Bohn Gass, em discurso no plenário da Câmara no qual denunciou os prejuízos da Lava Jato ao Brasil, entre eles a destruição de 4,5 milhões de empregos.

“Lula reaparece como porta-voz de nossa esperança e Moro, em sua ganância e vaidade, retorna à sua pequenez e ao esquecimento”, afirmou o líder do PT. “Lula está livre, elegível e foi comprovada sua inocência”, completou.

Bohn Gass assinalou que Lula não foi julgado, mas perseguido politicamente e de forma ilegal pelos integrantes da Lava Jato, no contexto de um projeto político que levou à eleição do neofascista Jair Bolsonaro e também à destruição de empresas nacionais, entre elas a Petrobras, alvo do grande capital internacional interessado nas mega jazidas de petróleo do pré-sal.

Farsa judicial

Bohn Gass sublinhou que o povo brasileiro deve se atentar para os estragos provocados pela Lava Jato, conforme aponta estudo do Dieese encomendado pela CUT. “A operação era para ser contra a corrupção, mas se transformou numa operação política”, denunciou, frisando que “para condenar corruptos não era necessário destruir a Petrobras”, processo iniciado pela Lava Jato “que o governo Bolsonaro está terminando de fazer”.

Bohn Gass recordou que a “corrupção empresarial existe, sempre existiu”, tanto em empresas privadas como públicas, no mundo todo. “Infelizmente, existiu na Petrobras, mas esta não é uma exclusividade brasileira, nem deste período”, comentou.

Corrupção nas multinacionais

Ele citou como exemplos multinacionais como a Samsung e Volkswagen, mas ressaltou que nos países de origem, “punem-se os corruptos e os corruptores’’, mas sem quebrar as empresas, como fez a Lava Jato no Brasil. “Porque são as pessoas, e não as empresas, que cometem os crimes”, argumentou.

O líder do PT disse que “intoxicados com a chance de destruir o PT e Lula, os agentes da Lava Jato cumpriram um roteiro de destruição da Petrobras e das empresas a ela relacionadas”, causando um resultado desastroso na economia nacional.

O estudo do Dieese aponta que a Lava Jato destruiu 4,4 milhões de empregos e tirou da economia brasileira R$ 174 bilhões de investimentos produtivos, cerca de quarenta vezes mais do que a Lava Jato disse ter recuperado dos esquemas de corrupção da Petrobras.

Segundo o parlamentar, a forma espetaculosa das denúncias e o modo leviano com que se apresentavam as suspeitas nem sempre comprovadas levaram à desmoralização e à destruição da imagem das empresas investigadas, inclusive paralisando suas atividades.

Operação política

“Uma grande mentira foi montada para parecer que estavam limpando o Brasil, mas, na verdade, visava à criação de um ambiente para a volta dos que sempre estiveram no poder, tirando a presidenta Dilma Rousseff e impedindo a candidatura de Lula”, disse Bohn Gass.

Ele recordou que a Petrobras, nos governos PT (2003 até o golpe de 2016), tinha um papel estruturante na economia do País, gerando milhões de empregos. Um projeto que desenvolvia tecnologia, fomentava novas empresas e dava resultados. No período, a produção de petróleo no Brasil cresceu 73%, ante a média de 12% no restante do mundo.

“Com mais produção, expandia-se o refino, reforçava-se a infraestrutura de gás e energia, crescia o universo dos biocombustíveis e consolidava-se a rede de fornecedores nacionais. E o Brasil retomava a indústria naval, fabricava navios, barcos, plataformas, sondas e muito mais. Setores como metalurgia, logística, engenharia e eletroeletrônica batiam recordes. E isso gerava milhares de empregos”, lembrou o líder do PT.

“Essa política voltada para o desenvolvimento e os interesses nacionais contrariou interesses do grande capital, o PT era obstáculo aos entreguistas”, denunciou Bohn Gass.

Nesse cenário, recordou Bohn Gass, a Lava Jato aliou-se aos interesses da direita do capital internacional, para tentar golpear e destruir o PT. Não destruiu o PT, mas levou o Brasil ao desastre.

Um dos resultados foi o encolhimento do Produto Interno Produto (soma de todas as riquezas produzidas no País) em 3,6 pontos percentuais, afora prejuízos anuais de R$ 47,4 bilhões na arrecadação de impostos e encolhimento da massa salarial do País em R$ 85,8 bilhões, informou Bohn Gass.

Segundo ele, na esteira da Lava Jato, o Brasil ainda colhe prejuízos, pois continua o esquartejamento da Petrobras e o governo neofascista Bolsonaro implementa planos de privatização de empresas estratégicas como a Eletrobras e a ECT.

Redação PT na Câmara

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