Há um quadro desolador enfrentado por quem vai a supermercados e tem que comprar um bujão de gás ou colocar gasolina no carro. O dinheiro está cada vez mais curto. E, para piorar, o país tem agora 126 milhões de brasileiros sem alimentação adequada

Por Elvino Bohn Gass*

O Brasil do governo militar conduzido por Bolsonaro virou uma farra para especuladores e agiotas que ganham dinheiro à custa dos trabalhadores e da classe média. A política econômica elitista de Bolsonaro e Paulo Guedes, de favorecimento a bancos, capital estrangeiro e bilionários e milionários, tem levado à corrosão dos salários, num momento em que há mais de 40 milhões de desempregados e subempregados e sem investimentos públicos para a geração de empregos.

Há um quadro desolador enfrentado por quem vai a supermercados e tem que comprar um bujão de gás ou colocar gasolina no carro. O dinheiro está cada vez mais curto.

A única coisa que sobe no atual governo é a inflação e os preços dos alimentos e itens de primeira necessidade. A taxa de inflação dobrou em relação à meta estabelecida. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCS) teve variação de 0,53% em junho. O resultado ocorreu após avanço de 0,83% em maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, IPCA chegou a 8,35% no acumulado de 12 meses. No acumulado até maio, a variação estava em 8,06%.

Resultado da política econômica ultraliberal pinochetista é a volta da fome ao País: 126 milhões de brasileiros hoje não se alimentam adequadamente. Um quadro oposto ao que era nos governos do PT. Quando Lula tomou posse em 2003, disse que se todo o brasileiro tivesse três refeições ao dia, seu mandato teria valido a pena. Ao final, cumpriu a palavra. E logo depois, o Brasil finalmente saiu do Mapa da Fome das Nações Unidas. Agora, em pouco mais de dois anos, o desgoverno Bolsonaro trouxe a fome de volta às famílias brasileiras.

A realidade é que todo mundo sente no bolso a escalada dos preços, com impacto direto no prato típico do dia a dia. Nos últimos 12 meses, o arroz subiu 52%, o feijão, 31%, a carne, 38%, e o tomate, 54%. Isso, para ficar só nos alimentos. O gás de cozinha, por exemplo, já subiu quatro vezes só este ano e já custa mais de 100 reais em alguns lugares. O combustível aumentou 39%, o que encarece o transporte dos alimentos a passagem dos ônibus. A energia elétrica aumentou 60% nos últimos 12 meses e ainda vai piorar com a bandeira vermelha.

Ou seja, para a classe trabalhadora e a classe média, tudo sobe- e muito. Mas, e o salário? Este anda na contramão do aumento. Nos últimos 12 meses a renda domiciliar de todos os rendimentos do trabalho diminuiu 10%, segundo o IBGE. Isso significa que, com menos renda, os assalariados ainda têm que enfrentar o descalabro dos preços, já que o governo fica inerte frente à especulação, refém de uma lógica cruel de que o “mercado resolve tudo”.

Sim, o governo Bolsonaro, trouxe a fome de volta ao Brasil. Chega! Bolsonaro é doença, morte, desemprego, fome. E corrupção, como a CPI da Covid tem apurado. O Brasil não pode mais esperar. O país precisa de um governo com uma política econômica que gere empregos e renda, com respeito ao meio ambiente, à soberania nacional e aos direitos sociais e trabalhistas do povo. Fora, Bolsonaro. Impeachment já!

*Publicado originalmente na edição número 18 da revista Focus da Fundação Perseu Abramo

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