Preocupação do deputado é com o consumidor, com os produtores rurais

 e com as pequenas empresas que usam o leite em seus produtos

Nem todo mundo sabe ou se deu conta, mas já estão nos mercados brasileiros alguns tipos de alimentos que parecem queijo, requeijão ou outros produtos lácteos, mas não são feitos com leite. Com embalagens similares e até misturados nas gôndolas tradicionais dos lácteos, esses produtos, na verdade, são feitos com gordura vegetal hidrogenada, amido ou amido modificado. Esta prática pode ser nociva aos consumidores e tem gerado prejuízos para agricultores que produzem leite e empresas – especialmente as pequenas e médias – que trabalham com os lácteos originais.

 recorte de rótulo de “queijo fake” que já está nos mercados

Para que o consumidor saiba, exatamente, o que está consumindo, o deputado federal Elvino Bohn Gass (PT/RS) apresentou um projeto de lei que exige que estabelecimentos comerciais que atuem no ramo alimentício informem ao consumidor – de forma transparente, simples, compreensível e, principalmente, explícita – que tais produtos não contém leite.  

“Nos mercados, a informação deve estar nítida nos rótulos e, quando se tratar de restaurantes, lancherias ou fast foods, nos cardápios.”

A expressão genérica “queijo fake” está sendo usada para referir este grupo de produtos cujo diferença mais importante em relação aos lácteos é que eles não são fonte de proteínas, mas de carboidratos.

“O consumidor precisa ser alertado para que não consuma gordura hidrogenada pensando estar ingerindo um derivado do leite.”

A falta de dessa informação de forma explícita, segundo Bohn Gass, pode agravar, por exemplo, problemas cardiovasculares pré-existentes ou significar aumento da glicemia em diabéticos.

O deputado também chama a atenção para a utilização do “queijo fake” em pizzarias, lancherias e fast foods, sem a devida informação ao consumidor.

“Aparência e aroma simulam a presença do queijo. Em alguns, até, há a mistura do uma pequena dose do produto original.”

RÓTULOS – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autoriza a fabricação e a venda desses produtos e já exige rotulagem. Mas, conforme Bohn Gass, esses rótulos, em geral, são genéricos, em letras muito pequenas e não trazem a informação principal: de que aquele produto não é um lácteo.

“Produtos feitos à base de leite têm valor nutricional muito maior do que os análogos.”

CADEIA LEITEIRA – O problema chegou a Bohn Gass pelos produtores  rurais da cadeia leiteira que já enfrentam muitas dificuldades em função da seca e da importação do produto do exterior.

“O leite e os derivados, queijo, requeijão e outros, garantem renda aos produtores rurais. A substituição por produtos “fake” reduz a demanda pelo leite, faz cair o preço pago aos produtores e gera perdas para as empresas, especialmente pequenas e médias, que trabalham com produtos originais.”

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