O líder do PT na Câmara, deputado Bohn Gass (RS), a deputada Maria do Rosário (RS) e os deputados Paulo Pimenta (RS), Henrique Fontana (RS) e Marcon (RS) participaram na noite desta quinta-feira (4) do lançamento do livro “Memorial da Verdade: porque Lula é inocente e porque tentaram destruir o maior líder do Brasil”. O ato realizado no Teatro Dante Barone, em Porto Alegre, foi promovido pelas bancadas petistas da Alergs e da Câmara Federal e contou também com a participação de representantes de partidos progressistas e movimentos sociais.
“O direito à memória e à verdade constrói a história”, afirmou Bohn Gass, que coordenou a mesa de lançamento da atividade. Para ele, o livro mostra a real história por trás da perseguição jurídica contra Lula. “A perseguição política ancorada na prática odiosa de lawfare, tinha um objetivo: impedir que o maior líder popular do Brasil voltasse à Presidência. O Memorial da Verdade é isso: a história real dessa grande farsa político-jurídica”.
O líder do PT citou a jurista Susan Rose-Ackerman (professora da Universidade de Yale, que o Procurador Deltan Dallagnol, um dos principais acusadores de Lula, teria dito que era a “maior especialista do mundo em combate à corrupção”). De acordo com o parlamentar, Susan ficou chocada com o nível de violação do processo legal no caso de Lula. “Sabem o que a heroína do Deltan fez? Assinou a petição Lula Livre. Por isso é tão importante lançarmos no Brasil e fora do País este livro”, ressaltou Bohn Gass.
Para o deputado Paulo Pimenta, o lançamento do livro no Sul marca o encontro da militância depois de muito tempo e, sobretudo por ser um momento após um período de grande perseguição, de desmonte das políticas sociais, da economia brasileira. “Estamos de cabeça erguida para reafirmar a inocência do presidente Lula que sempre disse que a única forma de desmontar a farsa da Lava Jato seria enfrentá-la”.
Pimenta ressaltou também o papel que cada militante representou nessa luta. “O livro é importante porque desmonta qualquer um dos argumentos de quem o acusaram. Cada brasileiro e cada brasileira é inocente até que se prove o contrário, mas essa regra não vale para Lula? Por isso esse momento tem esse grande significado”, enfatizou.
E a deputada Maria do Rosário frisou que a publicação, lançada em todos os estados, mostra a trajetória “de mentiras e abusos que levaram à prisão de Lula para entregar o Brasil à exploração”.
Direito a verdade
O líder da bancada petista na Alergs, deputado Pepe Vargas, disse que o livro representa o direito à verdade e a uma transição de um período semelhante à ditadura. “Temos que lembrar a luta e a lista dos torturadores, a lista dos mortos e desaparecidos. Ao lançar este livro estamos estabelecendo o direito à verdade sobre as irregularidades praticadas pelos agentes do Estado. A violência que se estabeleceu aos direitos de Lula, utilizou de outras violências, não mais da ditadura, mas de luvas de pelica dos advogados”.
Para o deputado Edegar Pretto “estamos em um tempo de ressurgimento”. Ele continuou afirmando ser esse um momento histórico em que as forças progressistas precisam preparar a eleição de Lula. “Estamos percorrendo todos os cantos do estado e sabemos que as forças nacionais são fortes, mas no RS também existem. Por tudo que vivemos, eles acharam que o PT iria sucumbir, mas pelo contrário. Estamos crescendo e aumentando nossas fileiras para reconstruir nosso estado”.
“O que incomoda os adversários do PT é o fato de que nossos governos interromperam a prática secular da opressão dos de cima sobre os de baixo”, destacou o ex-governador Olívio Dutra. Olívio afirmou ainda que junto com o povo brasileiro temos a chance de retomar o projeto junto com o povo. “Neste governo do mentecapto, os interesses continuam atuando. A democracia, para nós, não é apenas a letra da lei e da constituição. O povo tem que viver a democracia que não é obra pronta e acabada”.
Perseguição política
Juristas convidados ao ato de lançamento do livro em Porto Alegre também se manifestaram e analisaram o processo a que foi submetido o ex-presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores. A advogada, historiadora, pesquisadora e membro da Coordenação Executiva da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), Tania Oliveira, por exemplo, observou que Deltan Dallagnol sempre foi político e nunca foi procurador. “Hoje se confirmou o que sempre soubemos. Usou instrumentalmente o judiciário para fazer política. Precisamos reformar o modelo do sistema de Justiça”.
Em vídeo, Ricardo Amaral, organizador do livro disse que as decisões judiciais são importantes, mas é preciso mais para estabelecer a verdade. “Foram cinco anos de mentiras. Podemos afirmar que com pesquisas sérias de que Sérgio Moro nunca comprovou a teoria da corrupção sistêmica. O objetivo do memorial é fazer com que os militantes possam enfrentar o debate de cabeça erguida. Precisamos fazer o debate desde já”.
A advogada e especialista em Direito Eleitoral, Maritania Dallagnol relembrou da conversa entre Sérgio Moro e Deltan por aplicativo. Segundo ela, a troca de informações configura a fraude da Lava Jato, ao sistema de Justiça e ao sistema político. “Os dois participaram ativamente da eleição de 2018. A partir deles se corrompeu o sistema de Justiça. Precisamos reformar o sistema e de mecanismos de controle da sociedade”, disse. “Lula tem razão. Essa foi a maior mentira jurídica dos últimos 500 anos. Mas isso não é novidade e temos convivido com isso. Antes do julgamento, essa criminalização à esquerda já era sentida”, acrescentou.
Dilma solidariza-se à luta contra a perseguição
A ex-presidenta Dilma Rousseff, que perdeu o mandato sem nunca ter cometido um crime, enviou um vídeo em que afirma que “o Brasil vive um momento devastador com a sistemática destruição da democracia e dos direitos constitucionais, pois grande parte do povo foi enganado por uma máquina de mentiras”. Segundo ela, o golpe de 2016 foi o que levou a um momento trágico e repleto de mentiras. “Mentiram e continuam mentindo sistematicamente sobre o legado dos governos de esquerda. Foi preciso, para eles: perseguir Lula e prendê-lo a margem da Justiça. Nós desafiamos a ordem que destinava o nosso país a um papel subalterno. A mentira foi a arma mais forte que eles encontraram, venceram por cinco anos. Mas como não há mal que dure, não há mentira que se eternize”.
Lorena Vale, com PT SUL
No responses yet