Para o deputado federal Elvino Bohn Gass (PT/RS), as medidas apresentadas nesta quarta-feira (29) pelo governo Bolsonaro para a agricultura familiar, não dão conta de atender as necessidades de quem produz alimentos no PAÍS. “É um Plano ´meia´ Safra, já que o recurso de crédito é insuficiente e os juros do Pronaf e do Seguro Agrícola foram jogados nas alturas”.

Segundo o deputado, com 33,5 milhões de pessoas na extrema pobreza, a necessidade mais premente do país é a produção e oferta de alimentos. “Mas o plano não atende essa prioridade, nem leva em conta que os insumos estão todos dolarizados, custando muito caro para o produtor. Esse plano acaba provando que Bolsonaro não governa para quem produz comida”, diz Bohn Gass.

PRONAF CARO – Ele se refere, por exemplo, às taxas de juros do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar/Pronaf, que aumentaram, em média, 67% (de 3,0% para 4,5% em 2022 e de 5,0 para 6,5% em 2023) ao ano. “Isso atinge diretamente quem produz arroz e feijão, mas, também, mandioca, trigo, alho, tomate, cebola, batata-inglesa, batata-doce, banana, abacaxi, laranja e muitas outras culturas que estão na base da alimentação do povo brasileiro. Produtores, já descapitalizados, não terão como pagar os financiamentos”, constata.

SEGURO CARO – A alta da taxa de juros do Seguro Agrícola – produtores de milho e trigo, por exemplo, pagarão entre 10 e 11,5% de prêmio, o que perfaz um custo financeiro de 15% a 16,5% – também é alvo de críticas de Bohn Gass. “Este ano, vivemos fortes secas e grandes enchentes. O governo prometeu medidas emergenciais e não cumpriu. Agora, oferece uma elevação absurda na alíquota do Proagro (seguro), ou seja, não ajuda e ainda dificulta quem sofre com intempéries”.

Bohn Gass é filho de agricultores familiares e sua larga experiência no setor dá a ele a certeza de que, com este padrão de juros, o cultivo de milho e atividades como apicultura, bovinocultura de leite, piscicultura, ovinocultura e caprinocultura também serão muito afetados.

SEM ESTOQUE – A consequência, segundo o deputado, será trágica. “Com menos produção, menos oferta e sem nenhuma política de estoques pela Companhia Nacional de Abastecimento/Conab, que é outra deficiência desse plano, haverá um aumento ainda maior da inflação dos alimentos e da fome. O plano de Bolsonaro é, portanto, precário, insuficiente e absolutamente incompatível com a realidade do produtor familiar brasileiro”, finaliza.

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One response

  1. Caro Bohn.
    Sempre defendi a idéia de valorizar os pequenos e médios agricultores Que são os mais afetados numa crise. Seja climática ou inflacionária. Sugiro, juros baixos a esses agricultores. E que seja criada uma lei, assim como na Inglaterra capitalista, dívidas não podem ultrapassar o dobro do empréstimo inicial.

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